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Vidraceiro, evite erros no aperto dos parafusos

Resistência dos parafusos das ferragens para vidro


Nós fizemos um vídeo onde abordamos os principais motivos do escorregamento ou desregulagem de portas pivotantes, e para isso usamos as ferragens da MTX para demostrar essas questões. Se você ainda não viu, assista aqui.

E nos comentários desse vídeo foi levantado algumas dívidas interessantes, e achamos pertinente fazer um novo vídeo para explicar. De antemão agradeço o pessoal que comentou e que nos dá a oportunidade de trocarmos informações.


Essa dúvida foi a respeito da resistência dos parafusos das ferragens.


Na minha caixa de ferramentas sempre teve um pequeno cano que eu usava como prolongador de chaves para facilitar o apertar dos parafusos. A verdade é que a maioria de nós que aprendemos na rua não tínhamos muito parâmetro para apertar os parafusos.

Quem é das antigas lembra que tínhamos que recortar as cortiças no formato das ferragens, depois colar com cola de sapateiro nas ferragens e na instalação passávamos araldite entre a cortiça e o vidro.


Hoje mudou bastante, e como mostrei no vídeo passado, neste quesito as ferragens evoluíram muito. Mas fato é que o aperto dos parafusos ainda nos causa muitos contratempos e prejuízos financeiros. Uns apertam até sair "água" e só param quando o parafuso quebra ou o encaixe espana. Já outros montadores têm receio de apertar mais que o necessário, e assim quebrar os parafusos ou espanar o encaixe. Por isso, nesses casos, é muito comum termos que voltar na obra para regular esses vidros.


E você? Como você sabe se está apertando os parafusos corretamente? Como podemos saber qual é o torque ideal para os nossos parafusos?


Eu não sei se você sabe mas norma de ferragens para vidro está praticamente pronta (jan. 2019), e apesar de ainda não ter sido publicada, muitos ensaios descritos nela já foram realizados. E um desses ensaios é sobre a resistência mecânica dos parafusos de fixação, pivôs e travas, feitos em dobradiças de portas pivotantes como essas que eu vou utilizar.


Esse documento diz o seguinte: Com o ferragem e os parafusos posicionados, aplicar o torque de 12 Nm nos parafusos.


Como usei as ferragens de alumínio da MTX nesse primeiro vídeo, farei os testes nas mesmas ferragens que usei anteriormente. Para aplicar o torque ideal eu irei usar um torquímetro, ferramenta também conhecida por chave dinamométrica, usada para ajustar precisamente o torque de um parafuso em uma porca. Tem para várias medidas e para vários torques.


O torquímetro que estou usando é de estalo, então regulo para 12 Nm e quando a alavanca estalar e der uma afrouxada, saberemos que já atingimos os 12 Nm.

A norma (B.4.3) também fala que depois disso é exigido que "desmonte a ferragem e verifique a sua integridade e dos parafusos e a possibilidade de sua reinstalação".


Aproveitando o embalo, acabei testando também o torque máximo da minha chave, 14 Nm. Se quiser fazer também, regule o torquímetro novamente e faça o mesmo processo anterior.


A norma determina que sejam feitos outros ensaios além deste, como o ensaio de ciclagem.


Ciclagem das ferragens para portas de vidro (dobradiças e pivôs)


  • 5.2.1. As ferragens para portas de vidros (dobradiças e pivôs), devem resistir a 100 000 operações completas, sem apresentar avarias mecânicas, movimentação do vidro, sinais de desgastes que provoquem o deslocamento do vidro.

Só para você ter uma ideia 100,000 ciclos é como se durante 365 dias por ano, vezes 5 anos a porta fosse aberta e fechada ininterruptamente.


  • 5.2.2 . O limite máximo permitido para a movimentação do vidro, em comparação à posição inicial antes do início do ensaio de ciclagem, é de 3,0 mm. Para a verificação do deslocamento do vidro podem ser utilizados equipamentos como, por exemplo, pente de folgas para verificar a distância do vidro ao pórtico de ensaio.

E nós estamos falando de uma porta de 10 mm com 1,10 m x 2,10 m (60kg) abrindo e fechando 100,000 vezes. Vale destacar que esses ensaios são para todas as ferragens, independente se ela é de aço inox, latão, zamak, polímero ou alumínio, como é o caso da MTX. A MTX participa da elaboração dessa norma, realizou os ensaios mesmo sem ela estar em vigor e já foi aprovada em todos.


Eu já tive péssimas experiências com ferragens de alumínio no passado, mas também já tive más experiências com ferragens de latão, de zamak e até de aço inox. Ou seja, além do material que a ferragem é confeccionada, muitos outros fatores também definem uma ferragem de qualidade e segura, como:


  • O processo de fabricação

  • O desenho Estrutural

  • A qualidade dos parafusos e contras

  • Acabamento de superfície

  • Interlayers

  • E a empresa fabricante ter responsabilidade de disponibilizar ao mercado ferragens seguras e dentro das normas


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